Mag work por diop

quinta-feira, 22 de abril de 2010

sem olhar

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sem olhar

e o vice, rei presente à matança,
que debaixo do pesadelo, e de
chuva tão intensa, caiu redondo
e estrebuchando, naquele chão
tão movediço, delimitado como
cerca, pela corte que o segue !

de risotas encoberto, por
palavras que não ditas, é
uma vergonha representante
de um país republicano, tão
pequenino ... tão distante !

ai felizes horas que de tão
rápidas são tão efémeras !

esta figura tão característica,
infernizada e enlameada, não
perde a pose e não ganha
vergonha, é tão forte e tão
molengona, que mete inveja
à preguiça !

mas vamos rindo, seguindo,
chorando ... rastejando, como
só nos mesmo sabemos fazer,
de tão habituados, castigados !

chove chuva em campos
destapados pelas ordens
desconsideradas de quem
manda sem saber ...

aquece o sol que queima
as culturas esquecidas
desses campos por colher ...

mas seguimos ...
sem parar ...
nem olhar !

dast

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mas não sem senão !

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mas não sem senão...

o coiso sem poiso...
o poiso sem garra,
a arvore despida,
não tapa este sol !

o pássaro que voa,
na boa na rua,
assobiada por ti,
tramada lisboa !

a rua das pedras,
as pedras do chão,
soltas bolas roliças,
semi-desgastadas !

rolam e rebolam,
redondas e roliças,
são restos roçados,
resquícios de outrora !

um galho que parte,
um pinto que salta,
a poça não pisa...
na porra do chão !

caraças metidas...
luvas calçadas...
botas maricas...
sangue na boca !

bichos encurralados,
ladrões de fugida,
mascaras desmaiadas,
quebradas... partidas !

uma uva do monte...
escondida na mão,
não mata a galinha,
morre na solidão !

diospiro


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