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o chão da escuridão !
não senão quando o sol se esconde
no horizonte, tingindo de vermelho
sangue o tão vasto azul escurecido !
é neste penoso acontecimento que
os animais saltam de rompante,
afiam as garras que arrastam…
que chiam pelo chão da escuridão !
e as ruas escuras e esquinas
desertas, são a atmosfera pesada
e medonha, a origem do silêncio de
todas estas gentes que se escondem
e se fecham em casa com as tábuas
na porta pregadas !
espalmam-se em armários, em
cantos apertados, por entre tábuas
sem frechas, trancados em sótãos
ou em caves fechadas, fogem assim
impotentes ao arrepiar dos finos
guinchos… que cortantes ecoam
neste ar tão pesado, acordam os
mortos… assolam os vivos !
foge correndo sem parar para olhar,
perseguido pelos monstros que não
são o que dizem, gatos pardos…
feridos, matados, bichos disfarçados…
são os monstros escorraçados por
outros desconhecidos porventura
ainda piores !
sem puder escapar… debatem-se a
coragem e o medo sem armas para
lutar, uma batalha sem vencedor…
uma guerra sem fim…
adivinhada… será sofrida…
assim será para sempre !
dast
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