skip to main |
skip to sidebar
eu cacarejo porque sou lindo
o quim graçado e o socratini,
insatisfeitos pelo que não fizeram,
olharam por cima do ombro inimigo,
e sem questões aceitaram o dinheiro !
mas que porra estes jornalistas,
auditores e consultores estrangeiros,
que vêm aqui meter o bedelho,
naquilo em que não são chamados !
é esse tal de comércio tradicional ...
tanto trabalho dá a nossa asae,
são tabiques e tasquedos antigos,
que não valem o pouco que pagam !
os estrangeiros é que estão carregados,
cheios de vontade regida pela carteira,
que vomitam amarelinhas ao deus dará,
seria estúpido se não as aceitasse !
reunimos escondidos da justiça,
não fossem eles querer também,
as amarelinhas que já são poucas,
e estas são para a minha mãe !
eu não quero nada oferecido,
nada disto eu quero para mim,
é tudo para os pobres desafortunados,
que passeiam tristes pelo jardim !
um eurozito aqui ...
outro ali e acolá ...
pronto já chega,
já dei o suficiente !
agora chegou a minha vez,
vou escondê-lo noutro sitio,
limpar as pistas esquecidas,
e tratar de ir para o poleiro !
eu quero cacarejar ...
eu quero cacarejar ...
sou um galo lindo no poleiro !
eu quero cacarejar ...
eu quero cacarejar ...
porque eu sou o mais bonito !
... e assim se iniciou uma longa história
sem fim à vista, onde o combate à
corrupção foi coberto pela vaidade !
dast
090227a1400CRib304/14
a actual conjuntura? qual? a crise?
engraçado como esta merda chamada
crise nos leva todos a falar sempre
sobre o mesmo !
mas quem poderemos culpar ? os
políticos ... os votantes ... ou ...
o mundo em si ?
também está na moda falar sobre a
actual conjuntura ... mas qual ?
a politica ... a económica ... a pessoal ?
são muitas perguntas, e a maior parte ...
sem respostas !
e como dizia obi whan - “a resposta vais
encontrar dentro de ti !”
falando como eu acho que devo, atrevo-me
a opinar qualquer coisita sobre o assunto
da moda a que chamamos “a crise” !
não nos podemos esquecer que vivemos
numa democracia, e se a maioria ( ?!?!?! )
dos votantes os colocou os políticos que
temos nesse poleiro, serão esses mesmos
que os poderão tirar de lá !
infelizmente e numa curta análise crítica
e tão própria como particular desta
situação, arrisco-me a lançar uma previsão
de porcaria para as próximas eleições,
vendo-nos a todos, a minoria votante,
a aguentar novamente com um politico
mentiroso, enganador, falso e oportunista
como chefe de estado !
no entanto existe uma outra personagem,
que antes, antigamente, assim à algum
tempo, eu até simpatizava, chegava mesmo
a ironizar ... eu dizia-me e afirmava-me
como sendo ... cavaquista !
é verdade, mas que tristeza tão grande !
já me fartei de engolir essa afirmação !
este conseguiu menino tornar-se, perdão,
revelar-se, aliás, se calhar sempre foi,
um verdadeiro flop como politico
interveniente nos desígnios desta nação
que tanto gostamos !
oras ... sendo este o politico maior da
nossa pequena republica (das bananas),
como pode ele deixar estas situações
acontecerem assim tão impunemente ?
eu sei que a maior parte das questões
serão para sempre escondidas, não
respondidas, desviadas, revolvidas,
estranguladas e mal entendidas !
e eu vou chorando enfiado num
canto, ou num qualquer ombro que
aceite esta minha lenta e
triste lamúria !
podemos sempre rir !
poderá ser o melhor remédio ...
pelo menos por momentos !
mas vá ... adeusinho pessoal !
fiquem bem ... muito bem !
ah ... nunca se esqueçam que existem
luzes no céu escuro da noite, chamam-se
estrelas ... e esta escuridão que se
aproxima deverá ser iluminada e combatida
por cada um, como se de estrelas nos
tratasse-mos, pois está na mão de todos
a solução para esta situação !
dast090219a1100CRib301/11
burro ex-carcarejador
os altos carcarejos que ouvimos
todos os dias, repetidos e ovacionados
pelos amiguinhos, que no poleiro
todos muito bem juntinhos, se
defendem de todos os maus olhados,
do povinho ... dos jornalistas e da policia,
que descobrem tantas verdades !
mas estes maus e enfadonhos animais,
inchados continuam empoleirados,
também são defendidos pela justiça,
uma que não é a nossa ou não parece,
que embora sendo a única que temos,
não é tão cega como queremos !
poderemos não sofrer directamente,
mas a má intenção existe e está
comprovada, poderemos até não querer
ligar, porque só não vê quem não quer
ver, poderemos eventualmente nem sentir,
tão habituados que estamos a sofrer !
são tantos os buracos sucessivos, tantos
fechar de olhos que tropeçamos ... nos
muitos segredos revelados cada dia, e
tão bem escondidos outra vez ... pelo bem
aclamado segredo de justiça ... que jamais
saberemos com quem contamos !
alguma vez seremos bons ?
para todos e especialmente
cada um de nós ?
estará assim já tão enraizado este cancro
que não conseguimos exterminar ?
no fundo ... somos todos tão pequeninos ...
neste mundo tão grande em que vivemos
numa tentativa constante de adaptação, de
nada parece servir o esforço individual, mas
se calhar todos juntos ... quem sabe ?
mas estes galos que agora carcarejam
perderão qualquer dia, um dia qualquer,
essa força, depois serão os amiguinhos
que os atraiçoarão para sacudir a água
do seu capote, afundarão na pocilga
carregada da própria merda que fizeram ...
como porcos, mais tarde, não muito
mais ... vão-se aperceber do que fizeram,
o que foram e no que se tornaram, uns
tontos burros velhos que foram facilmente
levados e corrompidos numa senda de poder
que dificilmente seria eterno !
e nós, o povinho julgado tonto com razão,
temos de ter muito cuidado e defender como
pudermos a parca dignidade que nos resta,
já tão conspurcada por estes anórmaloides
sem vergonha alguma que a maioria
elegeu por não termos escolha !
vão com deus, ou vão com quem quiserem !
dast090218a0832CRib300/10
brejenjas – cáti e marcolito
cruel … cruel é o cheiro da cáti,
que imposto empesta o ar,
da sua esquina movimentada,
que ocupa tão atarefada !
marcolito … o seu chulito,
que por nada fica atrás,
expõe alegre o seu trambolho,
que acha lindo … a sua cara !
nauseabundo patchouli,
de suores acumulados,
da sovaqueira e outros lados,
que prefiro não pronunciar !
cáti utiliza muitos toalhetes,
sempre para se refrescar,
ou limpar restos do serviço,
que acabou de efectuar !
dobra-os bem dobradinhos,
e volta-os a guardar,
na caixita tão bonita,
para os voltar a utilizar !
cáti é uma fera a trabalhar,
despacha dois de cada vez,
com a sua boca desdentada,
diz que foi assim que deus a fez !
e o padre que é homem de fé,
tentou uma vez dissuadi-la,
daquela triste vida que levava,
mas foi levado na sua cantiga !
só o jaricas não foi à cáti,
mas esse prefere outro lado,
foi o marcolito que o trabalhou,
enfiou-lhe um pau pelo … coitado !
as carteiras têm de ficar em casa,
e levar o dinheiro certo no bolso,
para tomar cafezito no mercado,
passam pela esquina … é perigoso !
mas são um casalinho extraordinário,
duas aves raras desviadas da rota,
poisaram perdidos em brejenjas,
pobres coitados na bancarrota !
embora pobrezinhos e desterrados,
nesta terra foram bem recebidos,
que de malucos está bem servida,
e por todos são compreendidos !
este é o vale da tontura assumida,
semeado por muitas terras do nunca,
habitadas por estranhos indivíduos,
é uma combinação única de loucura !
diospiro
090212a1305CRib299/09
ex geração
o marasmo que foi perdido,
ou trocado por entusiasmo,
ou escondido num buraco,
manteve-se sossegado !
uma fingida competência andava no ar,
e era respirada por uma geração inocente,
que velhos marretas decidiram designar,
por geração X … por ser tão diferente !
esta andava sempre picadinha,
reclamava sem medo a autoridade,
para mudar e levar para a frente,
as suas ideias e formas de estar !
os ideais já não eram os mesmos,
e assustaram estes velhos marretas,
que habituados a dominar a papelada,
não passavam de maquinas obsoletas !
e esta nova geração de população,
vomitada das universidades e escolas,
carregadas de ferramentas modernas,
preparavam-se para ripostar !
como não gostaram de ser designadas,
por uma letra apenas do abecedário,
e sabem bem o valor que possuem,
nunca ficaram fechados no armário !
mas os velhos minaram o que puderam,
quiseram resistir com o que não tinham,
mostraram muito serviço à pressa,
encheram os seus bolsos como podiam !
venderam riquezas ao desbarato,
dispensaram património à vontade,
sem preocupações senão as suas,
qual país … qual solidariedade !
os seus umbigos demasiado importantes,
não os deixaram olhar e cuidar do povo,
deixaram tantas marcas … tão profundas,
não deixaram qualquer plano alternativo !
e os x’s ... e os y’s mais os b’s que vieram,
apanharam com uma nação afundada,
nas dívidas contraídas com a loucura,
das bestas que a abandonaram !
agora é só nossa esta árdua luta,
será cansativa … difícil e apertada,
a maior tormenta está ainda para vir,
mas defenderemos a nossa causa !
dast
090211a1310CRib298/08
povo que és bem baralhado
no inicio não é complicado ...
entra-se numa loja da especialidade,
bem escolhida ... nunca ao acaso,
geralmente já vem recomendada,
por ex-jogadores aposentados,
antigas e ilustres figuras de estado !
compra-se uma caixa novinha,
de preferência ainda selada ...
das diversas cores à disposição,
escolhe-se a que mais nos agrada !
quando se abre sente-se o cheiro,
que emana desta caixa de novo povo,
eventualmente isento e inocente,
até sem vícios possivelmente !
depois de retirada a fraca película,
que não protege este novo povo de nada,
pega-se fortemente com uma mão,
neste baralho dito por estrear,
e parte-se em diversas partes,
repartindo-o de seguida sem parar!
quando o julgamos já bem partido,
juntamo-lo todo num baralho só,
e este novo povo baralhado,
está preparado para ser jogado !
um a um cada carta individuo,
será distribuído pelos jogadores,
da minúscula mesa de poder,
desta instituição chamada estado !
com mais ou menos trunfos,
e com muito bluff por jogada,
a mão só pertence a um ...
pertence a quem a comprou !
e os valores que já não valem de nada,
deste baralho que já se encontra viciado,
depois de passar por todas essas mãos,
tão conspurcadas pelo poder desejado !
são só cartas de novo povo marcadas,
não passam de duques passados perdidos,
são trunfos com disfarces reais,
que já não têm onde cair mortos !
e assim todos se divertem jogando,
este jogo a que estamos habituados,
observamos impávidos e serenos,
sem nada fazer ...
somos cartas compradas !
dast090210b1945Telh297/07
a minha vida
olho de passagem …
não perco tempo …
acelero o passo !
distancio-me e alheio-me,
da forma que consigo,
tento não me ausentar !
assusto-me sozinho,
com pensamentos só meus,
são maldades imaginadas !
uma luxúria podre e porca,
uma imundice generalizada,
uma real orgia desconcertada !
a actual putrefacção social é real,
o desrespeito moral está instituído,
o dia virá … da perdição total da humanidade !
são minhas tantas as histórias,
imaginadas num tempo perdido,
em sonhos e limbos que não irreais,
em comas diversas num ciclo repetido !
umas e mais outras seguidas,
que sem descanso efectuam visitas,
a esta mente já tão perturbada,
à minha vida enquanto adormecida !
descambam sentidos sem emoção,
quais conquistas sem quaisquer medos,
é o mergulho sem respirar numa solidão,
essa que eu vivo … quando adormeço !
o vencedor tantas vezes vencido,
em lutas renhidas sem sentido,
é combatente de coragem assumida,
de pé sempre … mesmo que ferido !
que quererão de mim estes sonhos,
porque que me visitam estes espíritos,
será que me querem levar a alma,
essa nunca … jamais será vendida !
venha tudo … venham todos,
pesem o meu corpo presente,
poderá um dia valer a pena …
qualquer saudade … qualquer vintém !
e as invejas e ciúmes que enclausurei,
em tantas covas feitas pelos meus pés,
estão tapadas sem fechos nem cadeados,
porque confio na força que lhes ganhei !
gritem e vomitem palavras feias,
invadam os meus sonhos quando quiserem,
a confiança que é minha eu conquistei,
nunca comprei nem nunca me foi oferecida !
venham lutar comigo até ao fim,
sem piedade ou quaisquer remorsos,
desejo derrubar esse vosso altar,
enfeitado com ossos cobardes !
cairão todos como tontos,
morrerão todos em vão,
sem glória …
sem honra !
esta será sempre a minha vida,
lutarei por ela com tudo o que tiver !
diospiro090210a0905CRib296/06
beira rio - tejo lindo
as gaivotas que pairam no ar,
seguras pelo vento que sopra,
neste dia cinzento e frio,
escurecido pelas nuvens de chuva !
os putos encharcados que brincam,
com os pequenos barcos no rio,
que treinam com prazer e afinco,
uma arte já tão antiga !
turistas de maquinas em punho,
roubam as imagens que passam,
instantes que não se repetem,
momentos reais para recordar !
as poças que preenchem o chão,
são lagos de nascentes do céu,
os seus rios são as gotas de água,
da chuva que teima em não parar !
olho à minha volta este movimento,
esforço-me por não me esquecer,
destas imagens que tento descrever,
é a minha visão que quero partilhar !
é assim mais uma tarde de inverno,
que passei a admirar este rio,
que me presenteia tanto por vezes,
com um absoluto prazer de navegar !
rio verde e azul chamado tejo,
a tua água de origem não é nossa,
nasces em terras tão longe de lisboa,
mas foi lisboa que escolheste para fim !
vem temperar este mar tão salgado,
carregado de ondas e tão bravo,
traz a tua doçura e calmaria,
faz dele um nosso bem tão amado !
é tanta a tinta que corre por ti,
diariamente por escritas diversas,
em poemas ou romances de amor,
és objecto e sujeito nas histórias !
grande tejo que corres livremente,
banha-nos com a tua sabedoria,
saúda-nos com a tua passagem,
alegra-nos com a tua alegria !
diospiro
090208a1600Belem294/04
carma
mas qual carma ...
nesta vida diabólica e esquisita,
alguém no seu perfeito juízo tem ?
quem tem carma manda,
quem tem carma governa,
quem tem carma é rei !
esta é a realidade ...
é com carma que se chefia a influência ...
é com carma que se ganha tudo,
e por vezes ... tudo se perde !!!!
pode-se perder o comboio com carma,
virá sempre outro de seguida ...
pode-se levantar questões com carma,
haverá sempre respostas para dar ...
e este sol que não brilha ...
mas também não chove,
é apenas uma neblina,
que com carma olhamos ...
e com carma reflectimos ...
é o avião que não levanta,
por qualquer razão que desconhecemos ...
é o barco que não navega,
porque mete água ou porque não está vento ...
é o espirito que está morto,
porque o vivo se calhar perdeu a alma ...
e é carma !
carma ... mas que carma ?
carma dizem os africanos,
e ... razão ?
pois ...
essa ninguém lhes tira,
têm toda !
esta vida tem de ser levada com muita ...
mas mesmo muita carma !
amigos e desamigos,
esta vida é curta,
pode ser boa,
tenham carma ...
realizem-na bem !
carminha e juízinho está bem ?
dast090203a1945Telh291/01