Mag work por diop

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

bichos de mão comprida


bichos de mão comprida

arre mula raiada ...
animal estúpido parideiro,
mãe de jumentos atrofiados,
e bichos de mão comprida !

são burros economidos,
que arrastam ambicionados,
um futuro desconhecido,
com visões afuniladas !

à ré ... à ré ...
arre mula teimosa,
que não queres ...
que não podes ...
mas só porque não sabes !

nem os raios geniosos,
nem os espadas azuis,
nem sequer os galhos de ferro,
se interpõem nessa falha !

avé mania cheia de peneiras,
passeias alegre no jardim perdido,
em carroças de animais por nome,
vazia de fé ou qualquer espírito !

e todas as vacas contentes,
por gordos bois convencidos,
passeiam cheias de moscas,
atraídas por tanta podridão !

neste grande baile de carnaval,
no salão das cadeiras trocadas,
é onde decorre este festival,
de personagens acabadas !

eles trocam de mulheres,
partilham grandes segredos,
estes cabrões com dizeres,
abestalhados e bolorentos !

são marias madalenas,
que enganam sem receio,
e que no perdão confiadas,
esmagam sem preconceitos !

e os bichos de mão comprida,
de partidos já escolhidos,
agarrados à braguilha,
sempre ... sempre desconfiados !

oh maria que não sabes,
onde caíste sem escolher,
larga o hábito que defendes,
pois ... já perdeu o seu poder !

dast


090125a2000Telhrs290/11

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

os vendentes


os vendentes

como todos os animais,
somos todos ordenhados,
pela carteira agarrados,
do dinheiro separados !

têm mãos frias estes pastores,
com sentimentos de gelo,
mais emoções de algibeira,
sem quaisquer preocupações !

toca a juntar o rebanho,
organizado pelos valores,
de ordenados vencidos,
de vencimentos futuros !

onde à mais ...
já sacaste ...
olha a cota ...
cumpre o objectivo !

histórias que se inventam,
da família e dos amigos,
é o mundo do faz de conta,
sem regras nem disciplina !

vale tudo para vender,
mentir ... enganar ...
o interesse é só um,
... atingir os resultados !

marcha o puto na escola,
engana a avó nas compras,
o trabalhador no comboio,
a gatinha na paragem !

vai tudo para o mesmo saco,
mesmo que não corresponda,
ao segmento que é desejado,
por uma qualquer companhia !

vende, vende, vende ...
mata ... esfola ... rouba,
senão é igual é parecido,
e a ética ... essa não existe !

sobrevivemos como podemos,
a estes ataques sem alvos certos,
com explosões e gritaria,
tentamos resistir às tentações !

e todos esses filhos da mãe,
cabrões ... sabem como vender,
são chatos como trinta cães,
ganham pela insistência !

mas existe sempre quem precise,
dos seus produtos ou serviços,
ou então passam a precisar ...
mesmo sem saber o que seja !

dast


090122a1330CRib288/09

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

tru américos


tru américos

e mais uma vez os américos nos dão uma valente “lição” !

a maravilhosa “lição” de :

vamos voltar atrás, vamos todos fingir que nada aconteceu !

ninguém melhor do que eles para nos ensinar,
atenção ... por “nos” entendo os nossos; perdão deles próprios;
políticos como fazer o que de maneira alguma queremos; eles querem;
fazer !

será de facto melhor ter um preto na presidência do que uma mulher ?

o que se pode aprender com esta decisão é básico ...
... quer dizer que antes de serem racistas convictos,
xenófobos atrofiados, estúpidos e idiotas convencidões ...
conseguem muito pior ...
ser machistas !

são tão machistas ...
mas tanto ...
que preferem admitir que estavam errados !

errados na forma como viveram até à muito pouco tempo ...
na forma como tratavam os “afro-americanos” e outros tantos ...

quem possuísse características diferentes de umas quaisquer ...
aquelas que decidiram tomar como “true american”,
eram crucificados ou marcados para uma vida de sofrimento e opressão !

mas não,
isso não interessa para nada,
pior que um preto à frente da nação ...
seria uma mulher !

bolas ...
agora não sei onde arrumar essa nação livre ...
rica ...
democrática ...
essa terra das oportunidades ...
aberta e desenvolvida ...

onde guardam eles a vergonha ?
isso é que temos de aprender ...
talvez seja mesmo a única coisa que possamos realmente aprender com eles ...
... como fazem eles para esconder,
tapar, disfarçar, matar, enterrar ...
todas as vergonhas que têm conseguido conquistar !

como ?
mas como fazem eles ?
hum ?

pois é ! nunca o saberemos !

viva oburned
...perdão, foi do sol ...
obama !

dast

090120a1715CRib287/08

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

visão horrível


visão horrível

eu vi uma muleta,
retorcida na berma,
à sombra do separador,
deitada ... sem dor !

mil pedaços espalhados,
de plásticos coloridos,
de vidros estilhaçados,
no negro do alcatrão !

eu vi um velho a chorar,
apoiado num camião,
na porta encarnada,
que ouvia o seu choro !

mais um e mais outro,
com piscas ligados,
um comboio sem fim,
de camiões encostados !

eu vi tantos bocados de chapa,
que atropelo com cuidado,
devagar quase parado,
nesta fila em que estou !

ouço sirenes ao longe ...
uma ambulância em sufoco,
abro espaço para ela passar,
em urgência ... em socorro !

eu não sei se quero ver,
o quadro que adivinho,
desenho mentalmente,
uma visão arrepiante !

devagar ... quase parado,
aproximo-me pensativo,
preparo-me para o pior,
um espectáculo grotesco !

vejo um monte de ferro,
com umas rodas atrás,
mastigado ... sem frente,
de vermelho disfarçado !

uma cabeça que mexe,
no banco de trás ...
abraçado ao da frente,
a algo ... não reconheço !

meio fora ... meio dentro,
não consigo determinar,
nesta amálgama de ferro,
encaracolado e distorcido !

eu não consigo olhar,
já começa a ser minha,
essa agonia que vejo,
nesse pedaço esmagado !

uma tristeza demoníaca,
bem estampada nas faces,
dos condutores que devagar,
lá passam ... sem parar !

e o medo ... e a revolta,
e a agonia ... e o desespero,
aqui estão todos misturados,
neste caldeirão de sentimentos !

é a realidade a mostrar-se,
assim ... a todos ... friamente,
sem medo revela a fronteira,
da verdade crua que espera !

dast

090115a1315A1N/S285/07

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

espírito achado


espírito achado

deste chão que piso quando caminho,
este em que deixo as minhas marcas,
ouço um murmurinho ... tão baixinho,
em cada passada ... cada vez que o piso,
de outros que talvez por aqui já passaram !

caminho devagar evitando os barulhos,
estou curioso com todos estes sons,
soam a antigos ... quero ouvir ...
podem ser vozes que reclamam,
nunca antes terem sido ouvidas !

eu deito-me nele ... neste chão,
para o sentir ... mesmo frio,
relaxo todos os meus sentidos,
para o escutar ... compreender,
o que estas vozes têm para dizer !

podem ser talvez relatos ...
de grandes lutas e guerras longas ...
infelizes romances escondidos,
ou apenas histórias de lendas lindas,
ou horríveis acontecimentos !

mas alheado aqui deitado no chão,
olho o céu tão limpo e brilhante,
que sem qualquer nuvem apela à paz ...
descontraio-me ... deixo-me levar,
como se flutuasse ... num voo baixinho !

e o murmurinho que julguei ouvir ...
parece ter desaparecido ... deixei de ouvir,
foi substituído por outros ...
quem sabe porventura mais reais ...
serão concerteza verdadeiros !

as folhas que roçam umas nas outras,
nos galhos e troncos de tantas arvores,
estas que me rodeiam neste espaço,
eu quase sinto o seu abraço ...
que me aconchega e delicia !

ouço a sua voz trazida pelo vento,
passa por mim e ecoa em meu redor,
nestas ervas altas que me envolvem,
que suavemente me acarinham,
com movimentos coordenados ... são ligeiras !

sem querer ... sem pensar,
sem qualquer esforço ... saio de mim,
reencontro o meu espírito,
que julgado já perdido,
vagueava triste e sozinho !

ouvir ... escutar ...
compreender ... aceitar ...
para encontrar o que preciso,
talvez seja uma paz ...
e talvez a mereça !

diospiro

090113a1030CRib284/05

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

só pode ... aliás, é !


só pode ... aliás, é !

é a porra da naftalina !

este cheiro entupidor,
bloqueador narigal,
que não despega ...
que não sai !

que raio de ideia,
tão parva e mais absurda,
estupida anormal ...
que um dia um anormalóide teve,
de um sonho contorcido,
pelas fezes matinais !

gaseado por si mesmo,
carregou o seu fedor,
pela casa lado a lado,
e que todos intoxicou !

matou todas as famílias,
do edifício onde vivia,
e nem os bombeiros sacrificados,
tão frustrados lá penetraram !

nesse covil de destruição massiva,
os que sobreviveram a este vil ataque,
a vingança ... ele prometeu,
vou inventar para dominar !

vou dizer que é para traças,
para moscas e até baratas,
mas o alvo está escondido,
todos irei envenenar !

os curiosos estão danados,
com essas bolas entaladas,
nas narinas que estremecem,
quando o cheiro lhes agarra !

e as crianças coitadinhas,
com as roupas impregnadas,
deste cheiro mal lavado,
entranhado até às orelhas !

dast


090106c1619CRib282/03

a cruzada modernaça !


a cruzada modernaça !

são as anas de tantos nomes,
mais a patrícia ... mariana,
a cláudia e a andreia !

e o ricardo e o machado,
o filipe ... o eduardo e o carlos,
e ainda o bruno e o diogo !

com o peito inchado de valentia,
que é a nossa arma tão corajosa,
é a bravura por demais reconhecida !

naquela centena dos estrangeiros,
de conquistadores conquistados,
numa terra de longe perdida,
eles pernoitaram durante dias,
para desbravar o que os rodeava !

pelas grandes serras das gigantes pedras,
com fronteiras de quilómetros sem fim à vista,
perderam-se contentes nos salpicos verdes,
que lhes oxigena o coração valente !

nem o frio manto branco que as cobria,
as conseguiu proteger destes soldados,
que com coragem tanto atacaram,
sem qualquer medo ou ressentimento !

bem calçados com laminas cortantes,
atropelaram os nativos que se juntavam aos molhos,
estes que se julgavam senhores da montada,
que os elevaria a esse cume altivo !

quais guerreiros sem qualquer medo,
desceram rápido as ladeiras íngremes,
a olhar a paisagem pelo meio das nuvens,
ultrapassaram as sombras que os perseguiam !

esta é a massa do nosso sangue,
que corre grossa e que nos obriga,
à conquista dos desafios impostos,
e que todos aceitamos com alegria !

e os risos são gargalhadas,
e as tristezas são alegrias !

não esquecemos ... trouxemos retratos,
tão bonitos ... foram bem pintados,
foi um conto ... agora é uma história ...
que já passou ... mas ficou guardada !

diospiro

( um momento de descontracção ... sff ! )

atenção que é um rascunho ...... not yet finished !


090106b1513CRib281/02