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segunda-feira, 13 de julho de 2009

louco bomadeiro


louco bomadeiro

louco louco andava o bomadeiro em
busca das loucas, que eventualmente
seriam virgens ...

foram-lhe prometidas por rhalahm,
numa longa noite já passada,
num pérfido e ácido sonho,
preenchido de cores ...
cheio de gentes esquisitas !

o chão desaparecia ...
e aparecia o mar,
era pássaro ... avião,
nave e foguetão ...
percorria espaços vazios,
saltava entre cidades,
fazia parte de tudo,
não pertencia a nada !

louco louco estava o bomadeiro em
busca das virgens, que eventualmente
seriam loucas ...

os peixes saltavam de fora para dentro,
o seu corpo de vidro era tão transparente ...
via as formigas que dentro de si viviam ...
a comerem os seus cavalos ...
e a montar as loucas das vacas ...
que não paravam de os parir !

eram tantas as virgens que lhe fugiam,
pelos buracos infectados,
das cavilhas de jesus cristo,
que o seguravam na cruz ...
e mergulhavam nas cataratas,
do sangue azul que escorria,
até ao mar que flutuava ...
como uma pequena gota sozinha ...
no frio e escuro infinito vivido !

virgem andava o louco eventualmente
em busca ...

zonzo e tonto o bomadeiro,
inclinando-se sem rumo no vazio,
entra em órbita de si próprio,
como se de dois se tratasse !

ao ver duas asas transparentes,
que o acompanhavam nas cambalhotas,
estende a mão e agarra uma maçaroca,
que repleta de olhos por ali passava,
e que em finos tons de opereta,
lhe sussurrou no nariz ...
tás todo marado ...
meu grande macaco !

e o louco ... já tão farto,
à maçaroca bem agarrado,
chora lágrimas pelos mil olhos,
que o reflectem em cada piscar ...
já desespera por acordar !

de costas numa sombra clara,
repara num mundo branco e preto,
que o rodeia e pressiona ...
contra os espinhos de uma roseira,
que linda ... o crava de dor ...
lhe incute um novo prazer ...
sentir ... chorar ... por gostar !

louco era o virgem bomadeiro,
que viajou ... mas voltou !

(... isto é que é tonteria !)

diospiro


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