puta de vida ... se calhar ... sem escolha !
almerinda, despenteada
vadiava, passeava ...
sempre tão linda formosa
e bela, com o seu famoso
sobretudo gasto, de pêlos
violeta já desbotados, de
sujidade, nunca de lavado !
é uma cadela vadia de todos
os becos e ruelas, nesta cidade
ela oferecia-se para satisfazer
os desejos mais indiscretos,
em troca de dinheiro ...
não de prazer !
deitada ... de pé, aceita o que
lhe aparece, desfaz-se em ruídos
e tremuras, gemendo contorce os
dedos e fecha os olhos ...
sincronizados, como numa peça
de teatro bem ensaiada, que sem
bilhetes para vender, ela vai
representando como quer ...
à sua vontade !
os ecos levam-na ...
de parede em parede ...
de porta em porta ...
para mais longe do que julga,
para casas sujas ...
contaminadas ...
para bares repletos ...
de gentes perdidas !
as esquinas são dela,
não minhas ... nem tuas,
tudo isto é o seu quarto,
a sua casa ... o seu lar,
o seu caixão quem sabe ...
neste jardim de cimento e ferro,
ela já nasceu na porcaria,
e nela para sempre repousará ...
um dia destes, talvez ...
de vez em paz !
dast
091126a1600Telhrs
1 comentário:
Esta "puta de vida" é mais uma vitima da puta da vida.
Muito bom, Diogo.
beijos dos meu...
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